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O problema

O cerrado da Universidade Federal de São Carlos
 
 

A área de cerrado no câmpus da Universidade Federal de São Carlos abriga enorme diversidade de espécies, espécies-chave para a manutenção das funções ecossistêmicas, tem um papel incontestável no abastecimento de dois mananciais, preserva nascentes de rios que abastecem o município, além de contribuir com o lazer e cultura sociais. Está área está sob ameaça de grave impacto ambiental devido a expansão do câmpus da UFSCar. 

 

A área de cerrado interpõe-se entre o câmpus atual e a área destinada à expansão. Para “garantir a conexão” entre as áreas construídas, a administração da UFSCar pretende remover uma parte do cerrado para a construção de uma estrada de 30 metros de largura, permitindo o trânsito de carros e ônibus. O impacto desta ação para as espécies nativas é gigantesco. Interromper uma área com uma rodovia impedirá que várias espécies animais e vegetais cruzem a estrada, restringindo-as a áreas de vida muito menores. Algumas destas espécies não sobreviverão neste novo cenário.

 

Lembrando ainda que uma área do tamanho do câmpus atual da UFSCar, hoje coberta por eucaliptos, será desmatada nessa iniciativa de expansão. Mesmo o eucalipto sendo uma espécie exótica, esta área abriga espécies nativas como invertebrados, pequenos mamíferos, aves e plantas que vivem no seu sub-bosque (pequenas mudas que vivem na sombra dos eucaliptos). Essas espécies usam a área de eucaliptos para passagem, alimentação, nidificação, entre outros, e perderão seus habitats nos próximos meses graças à expansão do câmpus.

Além de servir de abrigo para muitas espécies nativas, essa enorme área ocupada por eucaliptos retém, hoje, toneladas de carbono na biomassa das árvores e no solo, retém umidade no ar que auxilia na manutenção micro-climática local e permite a percolação de água no solo até o lençol freático. 

O eucaliptal já está condenado a virar cidade - não há impedimentos legais para a remoção de uma área de monocultura - mas o impacto causado pela Universidade pretende ser ainda maior, removendo também uma área de cerrado protegida integralmente pela lei. 

A Universidade, ao longo dos últimos sete anos, usou de todas as armas burocráticas legais para burlar a Lei Estadual 13.550/2009, que PROÍBE a remoção de qualquer árvore de cerrado no estado de São Paulo, quando há alternativa locacional para o empreendimento. Neste caso, a Universidade e a agência ambiental se recusam a cumprir a lei e a reconhecer a alternativa locacional apresentada por nós diversas vezes, levando adiante a proposta de desmatamento. 

 

Enquanto decorre a disputa no cenário legal - possível principalmente por termos tido a assistência jurídica da Dra. Sara Bononi - vamos nos manter em campanha social e política. Por isso, convidamos você a contribuir conosco para impedir a remoção da vegetação de cerrado no câmpus da Ufscar e a participar de nossos atos públicos. Qualquer dúvida, entre em contato

 

 

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